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Caso Clínico: Astenia cutânea (Síndrome de Ehlers Danlos)

Apresentação Clínica do Caso

Canídeo, fêmea, 3 meses, 10,5 Kg, SRD, não castrado, não vacinado e não desparasitado. Apresentou-se à consulta com lesões cutâneas pruríticas corporais. A cadela foi seguida nos meses posteriores devido a múltiplas lacerações cutâneas.

Ao exame físico destacaram-se várias alterações cutâneas. A pele apresentava-se fina e elástica, com presença de pápulas, pústulas, crostas e lacerações por autotraumatismo. Nas reavaliações clínicas, detetaram-se áreas com seromas e sinais de cicatrização diminuta (deiscência de pontos de sutura, falência de drenos, não união dos bordos de pele).

Como exames complementares foi realizado um exame dermatológico que incluiu raspagem de pele, teste da fita-cola e tricograma. Na raspagem superficial foram detectados Sarcoptes scabiei.

Foi calculado o índice de extensibilidade cutânea (IEC) com resultado de 21  (valor normal < 14,5). Foi realizada uma biópsia cutânea para histopatologia e coloração específica de Tricrómio de Masson.

Definição

O Síndrome de Ehlers Danlos compreende um conjunto de doenças hereditárias do tecido conjuntivo, que clinicamente englobam o sistema musculoesquelético, gastrointestinal, cardiovascular e tegumentar. Com a afeção deste último, inclui-se a Astenia cutânea. Este síndrome afeta ovinos, bovinos, equinos, gatos e cães. Esta afeção cutânea, embora rara no cão, tem sido descrita em raças tais como: English Springer Spaniels, Pastor Alemão, Boxer, São Bernardo, entre outras e não aparenta estar correlacionada com o sexo do animal.

Sinais Clínicos

A Astenia cutânea é caracterizada pela apresentação de fragilidade cutânea, hiperextensibilidade cutânea, hipermobilidade articular e fragilidade vascular.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito com base na apresentação clínica, no índice de extensibilidade cutânea e na análise histopatológica da pele utilizando a coloração específica de Tricrómio de Masson (observa-se a coloração anormal das fibras de colagénio). As alterações estruturais do colagénio originam dificuldades de cicatrização.

Tratamento

É uma doença hereditária que não apresenta tratamento.

Como tratamento para a sarna sarcóptica administrou-se ivermectina, amitraz e amoxicilina + ácido clavulânico.