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Doenças Cardíacas em Cães e Gatos

As doenças cardíacas nos cães e nos gatos têm vindo a ser cada vez mais comuns.

Tal facto deve-se, acima de tudo, à maior longevidade atingida atualmente pelos nossos animais, devido aos melhores cuidados veterinários prestados hoje em dia.

Geralmente são doenças progressivas, ou seja, evoluem de forma lenta. A probabilidade de desenvolver uma doença cardíaca aumenta com a idade, mas alguns sintomas podem surgir de forma precoce, nomeadamente nos cães de raças grandes.

O que causa uma doença cardíaca?

Na maioria dos casos, é provocada por um defeito no músculo cardíaco ou nas válvulas cardíacas. Pode ser congénita, hereditária ou adquirida.

Os cães de raças grandes (ex.: Serra da Estrela, Dogue Alemão, Doberman, Boxer, etc) apresentam maior risco de desenvolvimento de doenças do músculo cardíaco (ex.: cardiomiopatia dilatada) e os de raças pequenas (ex.: Caniche, Yorkshire Terrier, etc) são mais frequentemente afectados por doenças das válvulas cardíacas (ex.: endocardiose da válvula mitral).

Nos gatos, a doença cardíaca com maior incidência (cerca de 27%) é a cardiomiopatia hipertrófica, com potencial hereditário bastante significativo em raças como a Persa e a Main Coon.

Quais são os sintomas da doença cardíaca?

Os sintomas de doença cardíaca são inespecíficos e, na maior parte das vezes, confundidos com o envelhecimento natural de um animal.

Os gatos tendem a “mascara-los” melhor que os cães.

Apatia e Intolerância ao exercício físico – os nossos animais cansam-se com mais facilidade após uma corrida, um passeio ou mesmo após um simples subir ou descer de escadas. Normalmente, é um dos primeiros sinais a surgir.

Tosse – sinal a ter particular atenção nomeadamente em cães, sobretudo quando é nocturna. Poderá estar associado à acumulação de líquidos nos pulmões.

Síncopes/Desmaios – perda súbita de consciência por um curto período de tempo e normalmente precedida de um esforço físico.

Dificuldades respiratórias – aumento da frequência respiratória e dispneia.

Redução do apetite (anorexia) – origina má condição corporal e diminuição de peso que pode

passar despercebida quando os nossos animais já apresentam uma retenção de líquidos significativa (ex.: ascite – a nível da cavidade abdominal)

Paralisia dos membros posteriores (apenas nos gatos) – é uma complicação severa originada por um trombo que se forma no coração e que se desloca pela corrente sanguínea. Pode alojar-se na bifurcação da artéria aorta que vasculariza os membros posteriores, obstruindo o seu fluxo sanguíneo.

Como é feito o diagnóstico?

Para uma avaliação correcta é necessário:

– Exame físico completo incluindo, entre outros procedimentos, a auscultação do coração e

pulmões, e a medição das pressões arteriais

– Exames complementares de diagnóstico

  • Raio X
  • Electrocardiograma (ECG)/Holter
  • Ecocardiograma
  • Análises sanguíneas

Como tratar a doença cardíaca?

Numa fase precoce sem sinais clínicos, pode ser apenas necessário visitas regulares ao veterinário de modo a controlar de perto a evolução da doença e saber quais os passos a seguir.

Em fases mais avançadas, o tratamento baseia-se sobretudo no controlo dos sinais clínicos e atraso da progressão da doença, permitindo ao animal ter uma boa qualidade de vida.

Quando devo fazer um check-up?

Se tiver um cachorrinho ou um gatinho, deve faze-lo o mais cedo possível para despistar problemas cardíacos congénitos e, se possível, corrigi-los antes do aparecimento dos sintomas.

Nos animais mais velhos, é aconselhável realizar exames médicos regulares, mesmo que aparentam estar saudáveis.

O diagnóstico precoce da doença cardíaca permitirá uma melhor resposta ao plano de tratamento instituído.