casos clínicos

Leishmaniose e Dirofilariose

Apresentação Clínica do Caso

Conheça os principais sinais clínicos e respetivos diagnósticos das doenças Leishmaniose e Dirofilariose. Saiba a que tratamentos pode recorrer caso os seus animais de companhia sofram destas doenças.

Definição

O QUE É A LEISHMANIOSE?

A Leishmaniose é uma doença provocada por um parasita protozoário denominado Leishmania infantum que invade diversos órgãos (medula óssea, gânglios linfáticos, baço, fígado e pele) causando lesões de diversa extensão/gravidade e é potencialmente fatal.

O cão é o principal hospedeiro e hospedeiro reservatório e, em Portugal, estima-se que cerca de 110 mil cães estejam infetados embora muitos não manifestem a doença.

Outros animais como gatos, as raposas e os roedores podem, igualmente, ser infetados.

 

O QUE É A DIROFILARIOSE?

A Dirofilariose é uma doença parasitária grave que afecta cães, gatos e furões. É uma doença provocada pelo parasita redondo Dirofilaria immitis que é transmitido (micorfilárias) por um determinado tipo de mosquitos.

Esta doença também é conhecida por doença do verme do coração porque os vermes adultos alojam-se nesse órgão e aí se alimentam e reproduzem.

 

Sinais Clínicos

LEISHMANIOSE

Os principais sintomas da Leishmaniose são crescimento exagerados das unhas, sangramento nasal, emagrecimento, úlceras e descamação de pele entre outros. A Leishmaniose canina apresenta diferentes sinais clínicos e diversos graus de gravidade podendo estar associada a outras doenças concomitantes.

 

DIROFILARIOSE

As larvas que vivem debaixo da pele não provocam sintomas mas quando se transformam em adultos podem abstruir artérias e/ou o coração causando sintomatologia própria tal como intolerância ao exercício, falta de apetite, tosse, perda de peso e dificuldade em respirar. Nos gatos as larvas podem migrar para outros órgãos para além do coração e provocar morte súbita.

 

Diagnóstico

LEISHMANIOSE

O diagnóstico é essencialmente clínico e confirmado por análises laboratoriais. Os exames laboratoriais parasitológicos destinam-se à pesquisa do parasita e/ou de anticorpos e simultaneamente devem ser efetuadas análises de sangue e urina para avaliar o estado geral do animal. A interpretação dos resulta-dos deve ser sempre feita em conjunto com o qua-dro clínico.

 

DIROFILARIOSE

Duas análises sanguíneas são realizadas para diagnosticar a dirofilariose: O teste Knott`s para visualizar as microfilárias no sangue. No entanto, como alguns animais não apresentam microfilárias em circulação ou fazem medicação preventiva que matam as microfilárias, realiza-se o teste serológico (ELISA) para deteção de antigénios (proteínas) presentes nas fêmeas adultas.

Se um animal é positivo para a Dirofilariose, deverá ser submetido a um raio x torácico para avaliar alterações cardíacas e pulmonares.

A ecocardiografia, que consiste em realizar uma ecografia ao coração, permite não só detetar a presença de parasitas adultos no coração e na artéria pulmonar, mas também avaliar as consequências anatómicas e funcionais que estes órgãos possam ter sofrido.

Análises bioquímicas sanguíneas são recomendadas. Se estiverem presentes alterações renais ou hepáticas estas deverão ser corrigidas primeiro porque o tratamento realizado contra os parasitas adultos é tóxico para estes órgãos.

 

Tratamento

LEISHMANIOSE

Deve cumprir rigorosamente o tratamento recomendado pelo Médico Veterinário e é extremamente importante continuar a prevenir as picadas do inseto flebótomo utilizando inseticida com efeito repelente sob forma de coleiras ou spot-on.

A leishmaniose é uma doença de carater crónico e o tratamento nem sempre é eficaz , havendo necessidade de controlos regulares.

 

DIROFILARIOSE

O sucesso do tratamento da dirofilariose depende muito do seu diagnóstico precoce, enquanto ainda não se observarem lesões secundárias nos vários órgãos do organismo.

Não há a penas um tratamento que trate todas as fases da doença. Se existirem sinais de falha cardíaca direita estes deverão ser corrigidos primeiro.

De seguida, o tratamento consiste, na administração de um fármaco específico para destruir os parasitas adultos (adulticida) .

A fase seguinte do tratamento consiste na administração de um medicamento para matar as microfilárias (microfilaricida) que, eventualmente, se encontrem na circulação sanguínea do animal.